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Monumento Natural das Portas de Ródão
(Dec. Regulamentar nº7 /2009 de 20 de Maio)
As Portas de Ródão constituem uma ocorrência geológica e geomorfológica localizada nas duas margens do rio Tejo, nos concelhos de Nisa e Vila Velha de Ródão. Este conjunto natural sobressai pela imponente garganta escavada pelo rio nas cristas quartzíticas da serra do Perdigão, com um estrangulamento de 45 m de altura, num processo ao longo de perto de 3 milhões de anos.
Esta área caracteriza-se pelo relevante património natural, onde se destaca o geossítio das Portas de Ródão entre outros valores geológicos, biológicos e paisagísticos.
Este geossítio evidencia particularidades geológicas, geomorfológicas e paleontológicas.
A estas associam-se as formações vegetais, onde se destacam os Zimbrais (espécie protegida), a avifauna rupícola, destacando-se o bufo-real, a cegonha – preta, o abutre do Egipto e a grande colónia de grifos – a maior da Península Ibérica.
Mas também a nível arqueológico, destacam-se os vestígios que as comunidades do período Paleolítico aqui deixaram.
Complexo do Conhal do Arneiro
(Dec. Regulamentar nº7 /2009 de 20 de Maio)
O Conhal do Arneiro faz parte do Monumento Natural das Portas de Ródão, classificação dada em 2009 pelo ICNF (Dec. Regulamentar nº7 /2009 de 20 de Maio).
A área arqueológica do Conhal também conhecido por Conhal do Arneiro, localiza-se no topo norte da freguesia de Santana, concelho de Nisa.
Ocupa cerca de 90 hectares delimitados pelo Ribeiro do Vale, pela margem esquerda do rio Tejo e pelas Portas de Ródão (Serra das Talhadas).
Esta área caracteriza-se pela posse e um relevante património natural, onde se destacam o Geomonumento Portas de Ródão, consideradas pelo Prof. Galopim de Carvalho, como um dos mais importantes geomonumentos existentes em Portugal, ao nível da paisagem, (Galopim de Carvalho, 1999) e um conjunto de outros valores de natureza geológico, geomorfológico e paleontológico, que enquadram valores biológicos e paisagísticos e um importante património natural, compreendendo vestígios arqueológicos que documentam a presença humana desde o Paleolítico Inferior até à actualidade, e manifestações culturais de natureza etnológica caracterizadora de um modo de vida próprio de uma população ribeirinha que encontrou no Tejo, o grande rio peninsular, o factor de contacto entre gentes e regiões, física e geograficamente afastadas.
Em termos geológicos e geomorfológicos há a registar diversos locais que se têm revelado de grande importância para o conhecimento da evolução geológica da região desde há 650 milhões de anos.
No que se refere aos seus elementos biológicos, merecem destaque, entre um conjunto muito vasto de espécies, as comunidades relíquias de Zimbro, dispersas pelas escarpas rochosas, (actualmente espécie protegida), as manchas de matagal mediterrânico bem conservado e diversificado. Destaca-se também a colónia de Grifos que nidificam nas escarpas e que constitui a mais representativa colónia em território nacional. E por fim a ocorrência de espécies de aves nidificantes com elevado estatuto de protecção: Cegonha-Preta, Águia-de-Bonelli, Abutre do Egipto, Bufo-Real, Chasco-Preto e o Grifo já referenciado.
Num dos vastos estudos efectuados a quando da classificação -Monumento Natural – foram observadas cerca de 119 espécies de aves, estanho 15 delas com estatuto de ameaçadas.
No que á ocupação humana diz respeito, estamos em crer que o recurso indispensável que a água constitui, para as manadas de animais que aqui recorriam, foi o factor indispensável para que o Homem encontrasse nas margens do Rio Tejo as condições ideais para sobreviver. A ocupação Paleolítica conhecida, concentra-se junto às margens do rio, onde estão documentados vários locais de habitat (13) e de onde se recolheu um vasto número de materiais arqueológicos (machados, pontas se seta, etc.) que atestam a ocupação deste território pelo Homem.
Da época romana, conhece-se uma área aproximada de 60/70ha, o Conhal, constituído por um enorme amontoado de calhaus rolados de quartzito. Trata-se de uma exploração mineira de ouro aluvionar. A técnica de exploração seguida terá sido a de ruina montium, ou tipo pente, descrita por Plínio -o – Velho, na sua História Natural. Técnica que consistia em desmanchar os depósitos detríticos auríferos servindo-se da força motriz da água. Neste processo, as pedras maiores eram retiradas manualmente e empilhadas onde não estorvassem. A jusante havia tanques de decantação e lavadouros (agoga) onde as pepitas eram separadas do cascalho e areia. Os seixos daí resultantes eram removidos manualmente e acumulados em pilhas alongadas com mais de 100 metros de extensão e 5 metros de alturas – as Conheiras.
A excelência do ouro extraído do leito do Tejo foi exaltada por diversos autores da antiguidade, no que respeita ao Conhal, estima-se que tenham sido extraídas cerca de 3 a 3,5 toneladas de ouro, com destino á capital do Império.
O Homem foi deixando a sua marca ao logo dos séculos na área Conhal e envolvente, denunciando a importância que o Rio Tejo teve como elemento defensivo (Invasões Francesas), como meio de subsistência, tendo a aldeia do Arneiro, ainda hoje, uma interessante comunidade piscatória, e onde se construíam, até há alguns atrás os barcos tradicionais – o picareto. Actualmente o Rio tejo oferece-nos outras valências, que passam sobretudo pelo seu aproveitamento em termos turísticos.
Blocos Pedunculados
Os blocos pedunculados são como enormes cogumelos de granito que crescem aqui e além na Superfície de Aplanação do Alto Alentejo. No concelho de Nisa encontramos vários exemplares destes blocos pedunculados distribuídos por uma área extensa, mas a sua concentração regista-se principalmente na freguesia de Arez.
A sua origem ocorreu em duas etapas: uma primeira que se dá após a exposição à superfície de uma porção granítica, resulta de uma mais rápida alteração química da rocha ao nível do solo, onde as águas subterrâneas se acumulam e enriquecem em ácidos orgânicos e uma segunda etapa desenvolvida durante um período de chuvas mais intensas em que os solos sofrem erosão acelerada, expondo o pedúnculo que une o todo coerente ao seu substrato granítico.