Câmara Municipal de Nisa
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Castelo de Amieira do Tejo – Monumento Nacional
(Dec.nº8 447, DGnº233 de 10/11/1922)
Em 1232, por doação régia de D. Sancho II, o domínio hospitalário alargou-se consideravelmente para Sul, passando a integrar a s vilas de Amieira do Tejo, Gavião e Crato. A sua construção ficou a dever-se a Álvaro Gonçalves Pereira, filho bastardo do Bispo D. Gonçalo Pereira, prior da Ordem do Hospital e pai do futuro condestável do reino, Nuno Alvares Pereira.
Este castelo, segundo alguns autores, é o protótipo de castelo gótico português. Construído a uma cota relativamente baixa, sinal de que a evolução da arquitectura militar tornava as construções independentes das condicionantes geográficas. Apresenta planta quadrilátera, flanqueado por quatro torres quadradas. A Torre de Menagem possui janelas, sendo uma geminada e outra com arco pontiagudo e moldura de toros.
O castelo possuía ainda dois níveis de defesa complementar, referidos na documentação do séc. XVI: um fosso, de que nada resta hoje e uma barbacã ao redor da fortaleza.
A fortaleza sofreu várias modificações nos séculos posteriores. Adossada a uma das torres, mas fora das muralhas, a Capela de São João Baptista data de 1556. Interior de abobada de caixotões decorada com grotescos e uma imagem do padroeiro, além de um retábulo tardo-renascentista.
Anta de S. Gens I- Monumento Nacional
(Dec. de 16-06-1910,DG nº136, de 23/06/1910)
Monumento megalítico de planta simples circular, tem 5 esteios de granito de forma rectangular apontada cravados no solo, inclinados para o interior. Tem cobertura em chapéu, formado por laje única piramidal. Possui câmara e porta de separação corredor/câmara, conservando-se ainda os ortostáticos e algumas pedras no corredor.
Fica situado na estrada que liga Alpalhão às Termas da Fadagosa de Nisa.
Anta I dos Saragonheiros - Monumento de Interesse Público
A Anta I dos Saragonheiros faz parte duma necrópole megalítica, a dos Saragonheiros, formada por quatro dólmens.
Foi intervencionada em 2017 no âmbito do Projecto Meganisa, que visou o estudo e valorização do monumento.
A Anta I, a de maiores dimensões encontra-se referida desde 1874 por Nery Delgado e posteriormente citada por Georg e Vera Leisner.
A câmara é formada por sete esteios, dos quais apenas dois aparentam manter as dimensões e posição originais. O amplo chapéu encontra-se descaído para sul devido ao abatimento para o interior dos esteios desse quadrante. O corredor com um comprimento que teria rondado, originalmente, os 12 metros é hoje formado por sete esteios. O eixo maior da câmara no seu interior chega aos 4 metros.
Muralhas e Portas da Vila e de Montalvão-Monumento Nacional
(Dec. nº8 228, DG nº 133, de 04/07/1922)
Do antigo castelo datado do séc. XIII apenas subsistem alguns panos de muralhas e as Portas da Vila e de Montalvão.
A Porta da Vila tem arco apontado assente sobre impostas quadradas, e é flanqueada por duas meias- torres, de planta rectangular, com ameias. Sobre a pedra de fecho do arco, voltada para o exterior, estão dois escudos apontados, um deles o escudo de Portugal com as cinco quinas, as laterais ainda deitadas (anterior á reforma de 1485), sendo o outro a heráldica municipal. Adossada a uma das torres fica a Torre do Relógio, de construção posterior.
A porta de Montalvão é de arco abatido sem impostas e pilares e junto a ela encosta-se o edifício da Cadeia Nova.
Igreja Matriz de Nisa
Provavelmente é um dos edifícios religiosos mais antigos da vila, é de invocação a Nossa Senhora da Graça e foi construída pela Ordem dos Templários, junto ao castelo.
No Livro das Visitações datado do século XVIII, é descrita como um templo de grandes dimensões, com 2 altares laterais, do lado do Evangelho dedicado a Nossa Senhora do Rosário e do lado da Epístola dedicado a Bartolomeu. Não tinha banqueta no altar-mor e detinha três confessionários. A porta da entrada situar-se-ia do lado onde hoje se encontra a capela – mor.
Sofreu várias modificações ao longo dos séculos, mas a maior transformação operou-se em meados do século XVIII, após o terramoto de 1755, que deixou parte da igreja em ruínas.
O pároco local contou com a ajuda da comunidade, do Rei D. José e das várias confrarias que existiam em Nisa á época. Assim, em 1760 iniciaram-se as obras que terminaram 4 anos depois.
O templo é composto por uma só nave, capela-mor separada do corpo por arco de cantaria ornada com pinturas várias e relevos, ostentando a Cruz da Ordem de Cristo.
Altar-mor em talha dourada, trono e tribuna dourados, tem sete altares. Coro com grade em madeira, sacristia do lado do Evangelho e do lado da Epistola, um espaço musealizado onde estão patentes várias alfaias litúrgicas.
Capela do Calvário- Imóvel de Interesse Público
(Dec. Nº37/801, DG nº 78, de 02/05/1950)
Localizada numa zona mais elevada em Amieira do Tejo. Em 1728 já se encontrava em construção, como comprova o testamento de Pedro Vaz Caldeira, que instituiu esta capela com os seus bens, cujos rendimentos deveriam ser aplicados na obra do Calvário.
Monumento de nave única, com duas capelas laterais correspondentes ao transepto e capela-mor quadrangular.
A fachada principal é flanqueada por pilastras – cunhais encimados por pináculos, situação que se repete nos restantes ângulos do edifício, á excepção da cabeceira, rematada por pinhas.
Ao centro abre-se o portal, de moldura recta mas encimado por frontão rectangular, assente sobre mísulas e ladeado por urnas. Cartela com inscrição sobre o entablamento e o frontão.
Remata com frontão recortado que enquadra um nicho, a que se sobrepõe um frontão curvo, interrompido pela cruz.
Interior percorrido por cimalha que percorre o perímetro do edifício e se une ao arco triunfal. Capelas laterias definidas por arco de cantaria.
O retábulo é de cantaria a imitar talha e a imagem de Cristo crucificado.
Cruzeiro de Alpalhão- Imóvel de Interesse Público
(Dec. 129/77, DR nº 226, de 29/09/1977)
Datado do Séc. XVI, mas possivelmente anterior á construção da Capela do Calvário, situado ao lado deste. É constituído por uma coluna oitavada lisa, assente em três degraus quadrangulares, sustentado uma plataforma de planta octogonal onde se levanta a cruz. Esta é uma cruz latina, composta por dois troncos octogonais, exibindo a figura do crucificado numa das faces e a representação de uma Pietá na outra.
As figuras são de bom talhe com delicados panejamentos, de pregas naturalistas, cuidados detalhes e considerável precisão anatómica.
Fonte da Pipa – Imóvel de Interesse Público
(Dec. 45 327, DG nº 251, de 25/10/1963)
Construída no início do Séc. XVIII, tem espaldar liso, e é delimitada por quatro colunas de capitel jónico, que suportam o entablamento sobre o qual se ergue a cúpula. Sobre uma cornija, um plinto e uma cruz rematam o conjunto.
O tanque, de caixa rectangular, possui uma pequena bica, quase ao nível de água, uma vez que esta é uma fonte de mergulho, ou seja, sem bicas, mas com um lençol de água, no qual era necessário “ mergulhar” os cântaros ou bilhas para as encher.
Pelourinho de Nisa – Imóvel de Interesse Público
(Dec. nº 23 122, DG nº 231, de 11/10/1933)
Monumento constituído por soco de três degraus de planta quadrangular, ao centro plinto muito alto ornado em cada face por dois medalhões estrelados. Sobre ele uma coluna de base muito baixa, fuste piramidal octogonal e capitel simples ostentando numa das faces um brasão esculpido; sob ele arrancavam quatro ferros recurvos. Remate em pinhas coroada de esfera armilar em ferro e sobre ela uma mão empunhando um espada também de ferro.
Encontra-se na Praça do Município desde 1968.
Este pelourinho terá vindo substituir o antigo pelourinho manuelino.
Ponte Medieval sobre a Ribeira do Figueiró/ Ponte Romana de Albarrol- Imóvel de Interesse Público
(Dec. nº 44 075, DG nº 281, de 05/12/1961)
Ponte constituída por três arcos, sendo o central mais alto e volta perfeita e os laterias em arco abatido. As arquivoltas, de uma só fiada de aduelas, apoiadas em pilares quadrangulares munidos de talhamares agudos a montante e cónicos a jusante, apoiados em enormes blocos de granito sobre os arcos correm o tabuleiro horizontal com muros laterais vazados de pequenas aberturas quadradas.
Desconhece-se a data da sua construção.
Capela de Nossa Senhora da Redonda- Imóvel de Interesse Público
(Dec. 67/97, DR nº 301, de 31/12/1997)
Capela situada a 3km de Alpalhão, local de Romaria com tradição centenária. Capela de planta composta. Volumes articulados com coberturas de duas águas e uma água: respectivamente o do edifício da nave e exonártex, o do altar e o da sacristia.
Na fachada sudoeste situa-se a entrada da capela, em arco de volta inteira, o janelão do coro é encimada por uma cruz situada no vértice da empena.
No interior o altar é construído em alvenaria policroma de inspiração clássica, com arquivolta semicircular suportada por pilastras e coluna torsa de ambos os lados, encimados por capitéis coríntios a que se propõe arquitrave com ressaltos.
Capela de uma só nave. Capela-mor em abóbada de nervuras que se cruzam em quatro bocetes. Painel de azulejos barrocos azuis e amarelos a forrara as paredes laterias e banqueta da capela-mor. Liga-se à nave através de arco de volta inteira com moldura em granito.
Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres - Imóvel de Interesse Público
(Dec. 45 327, DG nº 251, de 25710/1963)
Ermida situada a alguns quilómetros da vila de Nisa, inserida num conjunto de outros monumentos.
Edifício do séc. XVI, reconstruido sobre outro, possivelmente do séc.. XIV, do qual subsiste o portal ogival que permite a entrada no interior do templo. O arco ogival na porta de acesso à capela, assenta sobre dois colunelos com bases chanfradas e capitéis com pequenos ressaltos. O interior é de abóbada de nervuras, pintadas, tendo ao centro, no fecho, uma Cruz de Cristo.
Cruzeiro de Montalvão- Imóvel de Interesse Público
(Dec.nº23 122 de 11/10/1933)
Monumento situado junto á Igreja Matriz. Faz parte da arquitectura comemorativa dos centenários – 1140- 1640 -1940 – promovida pelo Governo em 1940 para comemorar a Fundação do reino e a Independência de Portugal face ao domínio Filipino.
É constituído por coluna em granito, cujo capitel é encimado por esfera armilar e Cruz de Cristo sobreposta á esfera.
Este monumento sofreu intervenção recente, nomeadamente ao nível da cruz e esfera armilar.
Possivelmente construído sobre outro monumento, uma vez que a portaria que o classifica é anterior a 1940, ano da construção deste.
Conjunto de Nossa Senhora da Graça – Imóvel de Interesse Público
(Portaria nº 429 – C/2013, DR,2º Série, nº123 (suplemento), de 26/06/2013 (com restrição)
Área muito vasta situada num local privilegiado em termos paisagísticos e patrimoniais. Dista cerca de 4 Km da vila de Nisa.
São diversos os monumentos e vestígios arqueológicos, nomeadamente um cruzeiro (1638), as ruínas da Igreja de Santiago, diversas as fontes, as Ermidas dos Fiéis de Deus, de Nossa Senhora da Graça e Nossa Senhora dos Prazeres (séc. XVII/XVIII), um castro pré-romano, parte de uma via romana calcetada, vários fragmentos de cerâmica e a Ponte de Nossa Senhora da Graça sobre a ribeira de Nisa (romana/medieval).
Igreja da Misericórdia de Nisa – Monumento de Interesse Público
(Portaria nº646/2012, DR, de 2ª Série, nº 212, de 2/11/2012)
Em 1520 um grupo de homens- bons da vila de Nisa fundou a Irmandade da Misericórdia local, seguindo o compromisso da Misericórdia de Lisboa. Os bens da antiga albergaria medieval passaram para esta confraria e deu-se início á edificação do seu templo no primeiro quartel do séc. XVI.
O templo apresenta modelo simples, de pano único, em que se destaca o portal principal pela riqueza decorativa – de arco de volta perfeita inserido numa alfiz rectangular enquadrado por pilastras.
O arco é lavrado com motivos de grotesco, num efeito decorativo que se estende também à arquitrave do pórtico e às sineiras, colocadas nos remates superiores da fachada. Por cima do portal abre-se um nicho com volutas encimado por cruz, ladeado por duas frestas abertas na parede.
O espaço interior, de dimensões muito reduzidas, é composto por uma única nave coberta por abóbada. Nas paredes laterais, marcando um registo superior, foram colocadas as tribunas em madeira dos Irmãos de Misericórdia.
Capela-mor de planta quadrangular apresenta um programa decorativo ao gosto rococó, realizada no final do séc. XVIII. Tecto e conjunto do altar, feitos em madeira pintado, foram executados e dourados em 1791.
Castelo do Montalvão – Monumento de Interesse Público
(Portaria nº 643/2012, DR, de 2ª série, nº212, de 2/11/2012)
A sua construção tem sido apontada no reinado de D. Dinis, mas o monumento carece ainda de um estudo arqueológico mais vasto que permita extrais conclusões acerca das fazes de ocupação por que passou.
A fortaleza baixo-medieval não terá sido uma obra de grande envergadura, na medida em que, nos inícios do século XVI, Duarte d´Armas desenhou-a como tendo apenas uma muralha, sem qualquer torre anexa, fazendo-se o acesso ao espaço intra-muros por porta única. Essa entrada foi reconstruída um século despois, por certamente apresentar grande ruína, adquirindo então a feição classizante, de lintel recto entre pilastras que suportam uma arquitrave, que ainda hoje ostenta, e que contrasta com o parelho miúdo e irregular com que a cerca que define o castelo foi executada.
Igreja Matriz de Montalvão- Monumento de Interesse Municipal
(Dec. nº 129/77, DR nº 226., de 29/09/1977)
Dedicada a Nossa Senhora da Graça, a igreja destaca-se da malha urbana pela imponência dos seus volumes. Edificada no séc., XVI, foi objecto de campanhas de obras na época quinhentista e barroca.
No séc. XX obras de consolidação e restauro, alteraram a estrutura de apoio quer das naves laterais, quer do coro.
O portal principal é um dos poucos elementos que restam da primitiva construção. Inscrito em gablete de remate triangular, desenvolve-se em arco de volta perfeita formado por arquivoltas triplas que assentam em colunelos com capitéis de folhagens. É sobrepujado por oculo mais recente e flanqueado por duas frestas. Cobertura com duas águas, duas torres a ladeá-las, rematadas por coruchéus.
Interior marcadamente quinhentista dividido em três naves, separadas por arcaria de volta perfeita, assente sobre colunas.
A zona da cabeceira é posterior, apresentando tecto em caixotões e retábulo de talha policroma numa composição que recorda os modelos proto -barrocos, mas repintada.
Quanto aos restantes altares, os dois colaterais são de talha dourada barroca e, na nave, ganha especial interesse a capela do séc. XVII, aberta por arco de volta perfeita inscrito numa estrutura de pilastras e entablamento em granito e, um outro retábulo em mármore de Estremoz, já do séc. XVIII.
Capela da Misericórdia de Arêz – Monumento de Interesse Municipal
(Edital nº 720/2017, DR.2º Série, nº 183, de 21 -09-2017)
Edifício de pequenas dimensões que se desenvolve numa planta rectangular. Fachada de linhas simples, dividida em dois panos. O central onde se rasga o portal de pedra, com arco de volta perfeita inserido em alfiz, sobrepujada por janela rectangular, e o da direita, de cércea mais baixa, que alberga uma pequena porta de acesso às dependências da capela. O conjunto é rematado em empena, sobrepujado por sineira de granito.
O portal principal exibe no extradorso do arco, dois mascarões fantásticos, o da esquerda emoldurado por cartela, o da direita copiando as tradicionais representações de leões no grotesco renascentistas e sobre a chave de arquivolta, um busto humano.
Interior de nave única, com coro-alto em madeira, pia baptismal e púlpito de granito com inscrição “ 1618/este po/foi fto DVASAO”.
Composição de pintura mural reproduzindo dois retábulos de trompe l´oeil com fundo vermelho. Capela-mor coberta por abóbada de caixotões de alvenaria rebocada, exibe ao centro altar com mesa de pedra pintada, encimada por retábulo em madeira pintado com a imagem de um Calvário com Cristo Crucificado, pequeno sacrário de madeira dourado e policromado.
Capela da Misericórdia de Amieira do Tejo – Monumento de Interesse Municipal
(Aviso nº 5253/2017, DR, 2º Série, nº 91 de 11/05/2017)
Capela de nave única com cobertura de abóbada de nervuras manuelina e capela-mor rectangular. Portal renascentista despojado, de linhas simples, numa interpretação popular de uma linguagem erudita. Retábulo – mor de transição com motivos concheados e asa de morcego típicos da linguagem decorativa rococó e estrutura neoclássica de linhas simples.