Nisa fazia parte da Herdade da Açafa doada à Ordem dos Templários em 1199 pelo Rei para que estes ajudassem no povoamento deste território tão inóspito.
A construção de uma fortaleza para os defender dos infiéis e para marcar território foi uma obra importantíssima e que está na génese da fundação da vila.
Os colonos vindos do Sul de França, a pedido do rei, vieram ajudar nesta empreitada e com eles veio também o conhecimento de como organizar e erguer uma cidade.
A morfologia urbana aplicada, carateristicamente medieval, conhecida como “Bástide”, era a típica cidade medieval fortificada com o seu layout urbano que visava proporcionar segurança aos habitantes e desenvolver o comércio.
Estas cidades fortificadas nasciam sempre junto a uma fortaleza e Nisa não foi exceção. Com as suas ruas principais dedicadas ao comércio, uma via importante que ligava a entrada à praça principal, onde as pessoas se reuniam, situando-se aqui os locais e monumentos mais importantes.
Por aqui passaram também os judeus expulsos de Castela aquando do Édito de Expulsão em 1492 e encontraram aqui refúgio, deixando as suas marcas nas ombreiras de algumas portas, normalmente cruzes gravadas ou rasgos longitudinais.
O Museu do Bordado e do Barro, instalado no centro histórico foi criado com objetivo de revitalizar esta zona da vila. O Núcleo do Bordado, na rua Francisco Miguéns apresenta a recriação de uma casa tradicional de Nisa, aproveitando um edifício com interessantes apontamentos arquitetónicos. O Núcleo Central junto à Porta de Montalvão, no edifício da Cadeia Nova, apresenta exposições temporárias e permanentes do barro e dos bordados.
Ao longo da visita surgem pormenores construtivos de várias épocas, nomeadamente medievais e manuelinos e outros mais tardios, todos eles testemunhos importantes da nossa história.